O forte aumento dos custos da energia e das matérias-primas, instigado pelo conflito na Ucrânia, está a causar impactos negativos na generalidade da indústria portuguesa. No setor da cerâmica, por exemplo, já há empresas que suspenderam a laboração, enquanto as metalúrgicas apelam a Bruxelas que elimine as taxas de importação das matérias-primas.
Os preços do gás natural são os que mais “pesam” na indústria da cerâmica, visto que representam entre 30% e 40% dos custos de produção. As empresas que continuam a produzir têm mais prejuízos “quanto mais trabalharem”, adverte o presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e Cristalaria (APICER), Luís Sequeira, citado pelo Jornal de Negócios (ligação indisponível).
No setor do metal, os preços da luz e do gás natural ainda não provocaram paragens na produção porque muitas empresas fizeram a compra coletiva de energia promovida pela associação que representa os trabalhadores desta indústria (AIMMAP). No entanto, o vice-presidente executivo desta associação avisa que a situação não se pode prolongar.
Os transportes estão a ser igualmente afetados, estando algumas empresas do serviço público rodoviário de passageiros em risco de deixar de operar “por não conseguirem suportar os custos a que estão sujeitas”, diz Luís Cabaço Martins, presidente da Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP). A ajuda estatal cobre apenas um terço do sobrecusto.
A escalada de preços está a afetar também a indústria do mobiliário. A Associação Portuguesa das Indústrias do Mobiliário e Afins (APIMA) alerta que as novas linhas de crédito anunciadas, ainda que sejam “sempre uma ajuda”, não deixam de ser “cuidados paliativos”, enquanto várias grandes empresas se viram obrigadas a parar, pedindo uma suspensão do atual mecanismo de formação de preços.
Ver a notícia do site da ECO.
Fonte: ECO